eram 228. cada um deles tinha um nome, idade, nacionalidade, sexo, religião, clube de futebol. cada um deles tinha uma família, amigos, um emprego, uma morada, uma história.
eram 228. ficaram as memórias dos que ainda não acreditam, as saudades dos que não querem acreditar. e há ainda quem mantenha acesa uma esperança inútil, que seria absurda se houvesse um corpo para chorar. mas não há.
eram 228. e na televisão mostram os rostos, revelam a vida que se desenrolava para lá de cada um deles. o casal em lua-de-mel. a filha que nunca se chegou a despedir da mãe. as crianças que ficaram órfãs. o marido que não regressou da viagem de negócios. o comissário de bordo acabado de ingressar na companhia. a namorada que não chegou a pedir desculpa. o médico que não pôde salvar.
eram 228. tentamos, mas não imaginamos a agonia num cenário hipotético. ou em vários. o medo. o pavor. o horror. o não sentir nada. num instante o inferno, no seguinte o silêncio.
eram 228. todos nós temos uma história de que nos lembramos, ou de alguém que conhecemos. uma situação limite, o pânico, a vida que passa em frente aos olhos e um grito que não sai. e não sabemos. não podemos saber o que é sentir tudo. que no momento seguinte é nada.
eram 228. ficaram as memórias dos que ainda não acreditam, as saudades dos que não querem acreditar. e há ainda quem mantenha acesa uma esperança inútil, que seria absurda se houvesse um corpo para chorar. mas não há.
eram 228. e na televisão mostram os rostos, revelam a vida que se desenrolava para lá de cada um deles. o casal em lua-de-mel. a filha que nunca se chegou a despedir da mãe. as crianças que ficaram órfãs. o marido que não regressou da viagem de negócios. o comissário de bordo acabado de ingressar na companhia. a namorada que não chegou a pedir desculpa. o médico que não pôde salvar.
eram 228. tentamos, mas não imaginamos a agonia num cenário hipotético. ou em vários. o medo. o pavor. o horror. o não sentir nada. num instante o inferno, no seguinte o silêncio.
eram 228. todos nós temos uma história de que nos lembramos, ou de alguém que conhecemos. uma situação limite, o pânico, a vida que passa em frente aos olhos e um grito que não sai. e não sabemos. não podemos saber o que é sentir tudo. que no momento seguinte é nada.
1 comentário:
Gostei muito deste texto....
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