terça-feira, 27 de abril de 2010

apelo

tento ligar-lhe e não atende o telefone. sei que não faz por mal, apenas porque se sente cansada de explicar todos os dias o que se passa a uma família tão grande. e aos amigos, que são muitos. temos que lhe dar espaço, que a deixar respirar. para que o tempo não pareça um amontoado de pensamentos desconexos, negativos, que trazem o medo em cada imagem, em cada possibilidade.
ela, que é a energia em pessoa, está agora fraca, sem fôlego, sem paciência. mas a cabeça é a mesma, sempre à procura de fugas à realidade, refúgios voluntários em lugares onde a energia é boa e a faz sorrir.
ninguém esperava, mas a verdade é que a doença não avisa. entra sem pedir licença, instala-se com discrição... e de repente a vida muda.
a F. vai precisar de um transplante de medula. e é por isso, porque ela é minha prima e porque existem tantas outras pessoas na mesma condição, que deixo o apelo: inscrevam-se no CEDACE ou nos centros de dadores. é muito simples, basta preencher um questionário e fazer uma colheita de sangue. quantos mais formos, maior a possibilidade de salvar uma vida.
este é o meu maior desejo neste momento. e o dela também.