mandei há pouco uma mensagem à Filó, em jeito de palhaçada, como quem acaba o dia a sorrir.
não esperava a resposta dela: "não vais acreditar, vi um morto embrulhado em plásticos no meio da estrada resultado de um acidente".
no rádio, durante toda a tarde, falaram deste acidente. parece sempre muito longe, só acontece aos outros. mas às vezes é mesmo aqui ao lado, numa estrada onde passamos todos os dias, com alguém que pode muito bem ser o nosso vizinho.
arrepiei-me quando li. acho que na minha cabeça imaginei que era eu, ao volante, a olhar para o lado e ver a morte vencer. acho também que sou muito mais consciente do volante e do perigo nestas alturas. por momentos fiquei aliviada por não ter visto, por não ser eu. sei que as pernas iriam tremer e que teria que parar. tenho muito medo. medo de olhar. medo de um dia poder ser eu ou tu. ou ainda tu. ou alguém que conhecemos...
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